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Invariavelmente, as pessoas magras são associadas a pessoas
doentes. O estado de magreza desperta na maioria das pessoas um repúdio quase
sempre equivocado, que se reflete em preconceitos graves.
Quem é magro costuma ouvir coisas do tipo: “Nossa...você é
tão magro que parece que tem Aidis”, ou “Olha suas costelas aparecendo, você
não tem comida em casa não?”, ou ainda “Não posso nem te abraçar porque tenho
medo de quebrar seus ossos”.
Para a endocrinologista Alina Feitosa, a associação entre
magreza e falta de saúde realmente é comum, pois, hoje em dia, a maior parte da
população está acima do peso e ser magro, inevitavelmente chama a atenção.
“Isso está fortemente ligado aos fatores culturais da
sociedade. Se observarmos um filme dos anos 50, por exemplo, vamos verificar a
maior parte das pessoas são magras. Hoje as referências mudaram e conceitos
como comemorações e estado de felicidade e satisfação estão diretamente
relacionados ao ato de comer e comer muito”, afirma Feitosa.
Contudo, a pessoa que é magra por natureza não
necessariamente é ou está doente. É o que afirma a endócrina que aproveita para
completar: “Realmente, algumas doenças como a neoplasia, alterações na tireóide,
a má absorção de nutrientes e até a doença celíaca podem provocar um estado de
magreza, mas aqueles que se mantém magros naturalmente o conseguem, quase
sempre, através do estilo de vida que levam”.
Para explicar como os hábitos do dia a dia interferem no
peso, a médica tanta dar exemplos. “Os magros geralmente obedecem a dois
padrões:
“O primeiro é aquele que come mas, não excede. O segundo acha que comeu muito mas na
verdade come o equivalente ou até menos do que a energia que precisa para
exercer as suas funções diárias”, esclarece a doutora.
Tentando desvendar o mistério que ronda aqueles que são
chamados de “magros de ruim”, fazendo referência ao hábito de comer e não
engordar, a médica é categórica:
“Se aumentarmos a dieta calórica dessa pessoa e diminuirmos
o gasto de energia dela, inevitavelmente, ela ganhará peso, a não ser que,
realmente, o estado de magreza desta pessoa mascare alguma deficiência
orgânica, mas caso contrário, ela irá engordar sim”.
Alina Feitosa é médica doutora em Endocrinologia e
Metabolismo, faz parte do corpo docente da Escola Bahiana de Medicina e atua na prática clínica.
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